Religioso Você Generaliza e se esconde ou vai atrás da verdade?

Falo com conhecimento de causa, pois já vi e vivi a realidade de milhares de casas religiosas. Com mais de 40 anos dedicados à religião e à luta pelos direitos dos religiosos, sei bem como as coisas funcionam.

Contando com uma equipe comprometida, posso afirmar: o erro muitas vezes se impõe ao certo porque preferem generalizar em vez de diferenciar. Mas, curiosamente, os mesmos que fazem isso não gostam de ser comparados.

Chega de desculpas e discursos vazios! Enquanto muitos adoram falar de direitos, poucos encaram as obrigações que sustentam nossa fé e dignidade. O momento exige mais do que palavras bonitas – é hora de enxergar que a verdadeira liberdade só existe com responsabilidade.

Se você vive o axé, precisa compreender que ter direitos não significa desrespeitar os do outro. Sua credencial religiosa, o cumprimento de regras e a convivência respeitosa não são meras formalidades, mas sim a base da legitimidade do seu trabalho espiritual.

Não se iluda com falsas informações: o CNPJ não concede nenhum tipo de proteção ao religioso, apenas formaliza um espaço, tornando-o sujeito à fiscalização. Enquanto um templo com CNPJ pode ser inspecionado e até impedido de funcionar, o religioso que possui sua credencial tem o respaldo para exercer sua fé onde for necessário, sem receios ou barreiras.

E sobre a ideia de que federações não têm utilidade? Esse pensamento é tão equivocado quanto afirmar que todos os religiosos são iguais! Não se pode nivelar todos por baixo, colocando no mesmo balaio aqueles que trabalham com seriedade e os que exploram a fé alheia.

O problema não está na coletividade, mas sim nos que preferem se esconder na mediocridade, esperando o pior acontecer para só então buscar soluções.

Agora, a pergunta que fica é: de que lado você está? Do grupo que se acomoda e espera o problema surgir, ou dos que tomam as rédeas da própria história e garantem seus direitos com atitude e compromisso?

Neste cenário onde verdadeiros religiosos e oportunistas se misturam, cabe a você separar o que é real do que é ilusão. Se sua missão é séria e você entende a importância de cumprir suas obrigações, não permita que a irresponsabilidade de alguns manche a imagem de toda uma tradição.

Está na hora de agir! Seus direitos andam de mãos dadas com seus deveres. Somente assim o religioso do axé se fortalece, mantém sua essência e mostra que suas ações falam mais alto do que qualquer palavra. Seja protagonista dessa mudança e não um mero espectador do seu próprio caminho. Sou Babalorixá Gamby Ty Sangó

Presidente da Federação Afro Brasil – www.federacaoafrobrasil.com.br