Afro Brasil Legaliza em Maceió: Um Encontro Histórico com participação e Pai Gamby.

No último dia 19 de junho de 2025, a cidade de Maceió (AL) viveu um momento memorável que ficará registrado na história das religiões de matriz africana no Brasil. A presença da Federação Afro Brasil Legaliza em solo alagoano foi mais do que institucional — foi um gesto de aproximação, acolhimento, reconhecimento e construção de pontes com os terreiros, lideranças e comunidades religiosas da região.

A viagem, coordenada pelo presidente Pai Gamby Ty Sangó, foi acompanhada por duas figuras fundamentais da Federação: a assessora institucional Ekedy Andria D’Osún, responsável por toda a organização visual e registro documental da jornada, e a representante estadual Ekedy Nadja, anfitriã da comitiva e peça chave para o sucesso de cada encontro, visita e cerimônia.

✨ O propósito da viagem

A presença da Federação em Maceió teve como missão fortalecer os vínculos com os filiados da região, acolher novos associados e ouvir, com atenção e respeito, os anseios, histórias e necessidades dos religiosos locais. Ao contrário de instituições distantes ou burocráticas, a Afro Brasil Legaliza reafirma seu diferencial: estar perto, ser real e caminhar junto.

Durante os dias em Alagoas, mesmo com as fortes chuvas, a comitiva percorreu caminhos urbanos e espirituais — visitando casas de Axé, promovendo chamadas de vídeo com aqueles impossibilitados de participar presencialmente, realizando reuniões, plantando confiança e semeando respeito.

🏠 Visitas institucionais aos terreiros

Durante a estadia, a Federação foi recebida com carinho e gratidão em diversos espaços sagrados, que abriram suas portas não apenas para uma visita, mas para um gesto de reconhecimento mútuo. Foram visitados:

• A casa do Pai Gilton de Xangô e Oxum, em Maceió;

• O terreiro do Pai Luciano de Azirí Tobosí, também em Maceió;

• A casa do Pai Alexandre de Oxum, em clima de acolhimento e respeito.

Essas visitas permitiram que o presidente conhecesse de perto a realidade e a força das comunidades religiosas locais, fortalecendo laços e ampliando a atuação institucional.

📲 Conexão além das fronteiras físicas

Com sensibilidade e compromisso, a Federação também realizou chamadas de vídeo com religiosos que, por questões de distância ou condições climáticas, não puderam participar presencialmente.

Religiosos das cidades de Anadia e Junqueira, como Pai José, Pai Chiquinho, Baba Cláudio e Baba Ailton de Sangó, expressaram sua alegria em poder conversar diretamente com o presidente da Federação, reconhecendo o gesto como algo inédito e significativo. Essas chamadas demonstraram, na prática, o que a Afro Brasil Legaliza defende: não há barreiras para a escuta quando há intenção verdadeira de caminhar junto.

🏛️ Cerimônia e Homenagens – 19 de Junho

O ponto culminante da viagem foi a solene cerimônia de entrega dos Diplomas de Honra ao Mérito, realizada com a presença de dirigentes, religiosos, representantes de diferentes vertentes e parceiros institucionais. Mesmo com as intensas chuvas daquele dia, o evento não perdeu seu brilho — pelo contrário, ganhou ainda mais força e sentido.

Foram homenageadas personalidades que, com sua história, luta e compromisso com o sagrado, representam o que há de mais digno nas religiões afro-brasileiras. A cerimônia foi marcada por emoção, reconhecimento e profunda reverência.

🏆 Homenageados que receberam o Diploma de Honra ao Mérito:

• Mãe Miriam, patrimônio vivo do Candomblé em Alagoas, com 91 anos de dedicação;

• Yabá Oruomí – Leide Serafim, artista, coreógrafa e dançarina do Afoxé Povo de Exú;

• Alabê Posú Alé – Adeilson Alexandre, doutor honoris causa e referência no Jeje Mina Popó;

• O Fórum de Diálogo Inter-religioso de Alagoas, representado por Dom Eric, pela atuação em prol da liberdade religiosa;

• Religiosos locais, representantes de casas tradicionais, e novos filiados que vêm somar à força da Federação em solo alagoano.

🤝 Diálogo, Parcerias e Propostas

Durante a agenda, foram realizadas conversas com lideranças estratégicas, como o professor e Baba Clébío de Ogum, da cidade de Arapiraca, que reconheceu na Afro Brasil uma entidade promissora e necessária; e com a presidente da UNDEKE-RJ, Ekede Sandra Aleixo, que propôs um encontro futuro no Rio de Janeiro e destacou a importância da filiação de Ekedes à Federação.

Essas interações demonstram que o alcance da Afro Brasil não se limita ao local — ela cresce em impacto nacional, respeitando cada território e sua especificidade, mas levando consigo o mesmo compromisso: representar com seriedade quem vive o sagrado com verdade.

📝 A mensagem do presidente

Em carta aberta, Pai Gamby resumiu a essência de tudo que foi vivido: acolhimento, gratidão e compromisso. Destacou a excelência da equipe, a atuação impecável da Ekedy Andria na condução institucional da missão, e o papel central da Ekedy Nadja, que com sabedoria, firmeza e doçura, representou a Federação com dignidade e espírito comunitário.

A carta também reafirma que a Afro Brasil Legaliza não é uma federação de fachada. Ela existe, atua, orienta e acolhe. Está em São Paulo, mas também em Maceió, no Rio, na Bahia, e onde houver um sacerdote ou sacerdotisa que deseje caminhar com segurança, fé e amparo institucional.

✊ Um marco na história da Afro Brasil Legaliza

O que aconteceu em Maceió foi mais do que um evento. Foi um marco na expansão viva, estruturada e presente da Federação. Um exemplo de como é possível ser nacional sem perder o toque humano, de como é possível crescer com ética, e de como a espiritualidade precisa caminhar ao lado da organização.

Esse encontro consolidou a Afro Brasil Legaliza como uma das principais instituições atuantes no cenário das religiões de matriz africana no país — não apenas pelo que diz, mas por aquilo que faz.

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